4 min • 27/03/2023
Existem diferenças de atuação entre o psicólogo e psiquiatra. Entender qual a área de atuação de cada um deles pode ajudar a fazer a melhor escolha para um problema que o paciente esteja enfrentando. As pessoas passam por problemas psicológicos e nada como uma ajuda adequada para isso.
Nos processos de superação que a vida impõe, a diferença entre psicólogo e psiquiatra salienta-se. O primeiro pode fazer diagnósticos de acordo com os sintomas apresentados pelo paciente e, também, utilizar testes psicológicos.
O médico psiquiatra também realiza diagnóstico do paciente. No entanto, apenas ele pode receitar medicamentos. Leia o artigo e saiba agora qual a diferença entre psicólogo e psiquiatra, e quando buscar ajuda com cada um desses profissionais.
Qual a diferença entre psicólogo e psiquiatra?
A diferença entre psicólogo e psiquiatra começa no dicionário da língua portuguesa. Enquanto no dicionário o significado de Psicologia é “Ciência que se dedica aos processos mentais ou comportamentais do ser humano e suas implicações em certo ambiente”, a definição de Psiquiatria é “Estudo e tratamento das doenças mentais”. Por aí já dá para ter uma noção da diferença entre psicólogo e psiquiatra.
Mas, se não ficou claro, explicaremos! A diferença entre psicólogo e psiquiatra está basicamente em qual parte das ciências elas estão inseridas.
Enquanto o primeiro cuida dos aspectos sociais e comportamentais de um indivíduo, através do entendimento da “filosofia da alma”, o outro é o médico da mente, ou seja, ele cuida dos aspectos químicos e fisiológicos desse órgão primordial para o ser humano que é o cérebro.
Psicólogo
Para entender a diferença entre psicólogo e psiquiatra, vamos iniciar entendendo o que faz um psicólogo. Esse profissional pode tratar o paciente através de sessões, procurando entender o desafio que ele está enfrentando.
Ele pode fazer a pessoa refletir sobre as suas ações, emoções e seu comportamento, não podendo medicá-lo, mas sendo capaz de avaliar através da utilização de instrumentos de avaliação diagnóstica.
Para que isso seja possível a pessoa deve se formar em Psicologia, claro. É um curso que tem duração de cinco anos. Não é necessária uma especialização para que o profissional comece a atender pacientes, mas é de grande ganho se especializar em áreas que tragam mais habilidades para trabalhar com as pessoas da melhor maneira possível.
Então, se você está passando por um processo de luto, o psicólogo pode ser um profissional fundamental para te ajudar a lidar com essa fase. É importante entender que nem todos os processos de superação que passamos necessitam da ajuda de um profissional, mas quando isso for necessário, esse é o profissional adequado para ser consultado.
Psiquiatra
Já o psiquiatra pode diagnosticar doenças psiquiátricas através de exames que envolvam o funcionamento do cérebro para melhor entendimento do problema enfrentado ou então, através de laudos de psicólogos e neuropsicólogos.
Com isso, pode tratar e curar o paciente através da receita de medicamentos específicos para a enfermidade enfrentada. Para trabalhar como psiquiatra é preciso um caminho mais longo. É preciso fazer o curso completo de medicina que dura entre cinco e sete anos.
Depois, acrescentar uma especialização em psiquiatria que dura entre dois a três anos. Portanto, esse profissional é um médico e por isso pode receitar medicamentos e solicitar exames aos seus pacientes.
Qual a diferença entre psicólogo e psiquiatra nos processos de superação na vida? E qual a importância de cada um?
As tragédias têm grandes impactos na saúde mental das pessoas envolvidas. As perdas, principalmente, não são bem elaboradas psicologicamente, e isso faz com que, quem está envolvido na situação, sinta-se perdido e, na grande maioria das vezes, necessite da ajuda de profissionais capacitados para orientar nos processos de superação na vida, como o luto.
A diferença entre psicólogo e psiquiatra está na maneira como os dois irão lidar com o paciente. A grande questão é mostrar para ele que há uma saída para aquele momento turbulento que está enfrentando.
É nessa hora que um irá entender o que está acontecendo e acompanhar a pessoa favorecendo a elaboração do luto e a construção de um novo sentido para a vida. O outro irá buscar a remissão de sintomas desagradáveis através de regulação neuroquímica.
A importância do psicólogo para o luto
A atuação de um psicólogo pode ajudar a evitar a instalação de doenças psicológicas no indivíduo que passa por uma carga traumática tão grande como o luto. Ela é importante para que as pessoas consigam passar por esse momento de maneira saudável, apesar dos sentimentos de tristeza, raiva e dúvidas.
O psicólogo vai fazer sessões para avaliar quais as dificuldades que o enlutado possui para passar pelo luto e se adaptar à perda e os recursos que a pessoa tem para enfrentar este processo. A partir desse momento, inicia-se a terapia para ajudar esse paciente a enfrentar essa situação difícil.
É fundamental mostrar para o indivíduo o que é importante para a vida dele e que a saudade é algo normal para quem perdeu alguém que tanto estima.
A importância do psiquiatra para o luto
O luto passa a ser uma preocupação quando o sentimento de falta e tristeza dura por muito tempo. Além disso, existe uma dor emocional muito grande que traz danos para a pessoa e para todos aqueles que a cercam. Durando por mais de seis meses com dor intensa, e outras dificuldades como a depressão, ele pode ser considerado como transtorno do luto prolongado.
É neste momento que os profissionais devem entrar em ação. Eles devem analisar caso a caso e decidir qual o melhor tratamento para cada situação. Os procedimentos podem variar desde a indicação de terapia com os psicólogos usando ferramentas como caixa de memórias, diário, psicoterapia e, em alguns casos, medicamentos que ajudem a tratar sintomas de depressão e ansiedade causados pelo luto prolongado.
Confira também em vídeo:
Quando devemos procurar um psicólogo e quando devemos procurar um psiquiatra?
A diferença entre psicólogo e psiquiatra vai além de tratar problemas psiquiátricos. E é bom que isso esteja bem claro porque faz diferença na hora de escolher qual profissional deve ser procurado para ajudar na solução do problema que está sendo enfrentado.
É importante para as pessoas que cercam o indivíduo, ficarem atentos ao comportamento dele. Essa observação ajudará a decidir qual profissional deverá ser procurado. Muitas vezes o paciente pode recusar a ajuda de quem está perto e a definição de qual profissional escolher ficará prejudicada.
Então, fique atento a alguns detalhes para saber a diferença entre psicólogo e psiquiatra na hora de escolher o profissional adequado:
Quando procurar um psicólogo?
Quando a pessoa está passando por situações de dificuldade ou momentos de crise deverá procurar um psicólogo. Esses momentos não se referem somente a tristeza. Eles incluem momentos de transformações na vida, como profissional e pessoal, ou momento de tomar decisões que necessitem do auxílio de um profissional que lhe ajude a pensar em diversos pontos.
Também situações como terminar um relacionamento ou pedir alguém em casamento, ou passar por um momento mais trágico em que esteja gerando ansiedade, medo, angústia, como a perda ou o abandono de alguém que se gosta.
A orientação deste profissional pode ajudar a detectar se a pessoa está se encaminhando para uma depressão, bem como pode funcionar de base segura em que a pessoa poderá se apoiar para se fortalecer. É importante saber também que nem só os adultos podem fazer sessões com o psicólogo. Crianças, adolescentes e até grupos familiares podem passar por sessões para entender como está o relacionamento e identificar os “pontos cegos” de cada um, ou seja, os aspectos que cada um desconhecia de si mesmo.
Quando procurar um psiquiatra?
Se o paciente apresenta sintomas que chegam a atrapalhar a sua rotina diária, ele deverá procurar um psiquiatra. Esses transtornos envolvem alucinações e delírios, dificuldades para dormir, crises de ansiedade, dificuldades de concentração, variação de humor e de comportamento. Por isso, a atuação deste profissional é importante.
O paciente receberá uma avaliação psiquiátrica que pode ser realizada antes mesmo de um trabalho com um psicólogo. Apresentando alguns ou muitos dos sintomas acima esse paciente poderá ter dificuldades de aproveitar o processo terapêutico e o trabalho do psicólogo pode acabar sendo em vão.
A diferença entre psicólogo e psiquiatra e o trabalho multidisciplinar
Os transtornos mentais podem envolver um conjunto de situações. Entre elas questões biológicas, psicológicas e socioculturais da pessoa em questão. Logo, tratar qualquer problema relacionado à saúde mental deve envolver muito mais que somente receitar um grupo de medicamentos para aliviar temporariamente uma dor.
A diferença entre psicólogo e psiquiatra é importante para que cada um atue na sua área, trabalhe junto, e consiga ajudar a saúde mental do paciente. O profissional da Psicologia vai ajudar a potencializar o tratamento indicado pelo profissional de Psiquiatria e também criará condições para que a pessoa tenha alta medicamentosa, se for o caso. Esse trabalho multidisciplinar permite que as demandas de cada paciente sejam atendidas, melhorando o quadro apresentado.
Nos quadros envolvendo o luto, por exemplo, o trabalho conjunto ajuda a amenizar a dor do paciente e pode fazer com que esse sentimento não se torne uma patologia. O médico será responsável por passar medicamentos para aliviar os sintomas de quem está precisando.
A equipe multidisciplinar trabalhará para que o paciente deixe de usar os remédios prescritos e aprenda a lidar com essa perda de modo independente.
Vale ressaltar que tanto um quanto o outro pode indicar ao paciente que associe o acompanhamento do outro especialista. Todo bom profissional saberá identificar quando seu cliente precisa da avaliação e ou intervenção de uma outra especialidade.
Por fim, a relação do psicólogo e psiquiatra pode ser utilizada em prol da saúde mental do paciente. Eles buscarão atuar conjuntamente de modo que os tratamentos sejam complementares, permitindo que as estratégias adotadas sejam bem aplicadas e seguidas fielmente.
Agora que você já entendeu a diferença entre psicólogo e psiquiatra, assine a nossa newsletter para acompanhar novos artigos no blog!