4 min • 14/05/2021
Será o luto coletivo a capacidade de sofrer pela morte de alguém que não conhecemos pessoalmente?
O luto é uma reação de dor que surge a partir da perda de algo ou alguém com quem nos sentíamos ligados de alguma forma. Luto surge quando há vínculo e podemos nos vincular com as pessoas de diversas formas, até por nos identificarmos com algo naquela pessoa, por identificarmos algo nosso no outro, ou algo no outro que fala pra a gente.
Existem diversos exemplos de ídolos que ao falecerem, nos tocaram profundamente e causaram o luto coletivo. Choramos a morte de Cazuza, Michael Jackson, do irreverente grupo Mamonas Assassinas, do piloto Ayrton Senna, Princesa Diana, do cantor sertanejo Cristiano Araújo, do jornalista Ricardo Boechat… e agora do artista engraçado Paulo Gustavo.
Ainda que estejamos falando em luto coletivo, por ser um luto que atinge a nós como coletividade, também precisamos considerar que cada um viverá o luto a sua maneira e de forma individual porque para cada um, Paulo Gustavo representava alguma coisa.
Darei um exemplo pessoal. A Dona Hermínia de Paulo Gustavo poderia ser a caricatura e uma homenagem dele para a sua mãe, mas me fazia lembrar demais da minha avó materna, já falecida há mais de 30 anos.
O que eu perdi com a morte de Paulo Gustavo foi a personificação engraçada de minha avó que me fazia rir e ter a impressão de estar vendo-a novamente brigando com todos.
Espero que este texto tenha esclarecido o porquê de nos sentirmos tristes pela morte de um ídolo como se fosse da família e que cada um possa acolher a sua dor sem recriminações.
Por: Karina Zanini Marques
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